Nome de gato é incluído em lista do Bolsa Família

Nome de gato é incluído em lista do Bolsa Família


O nome de um gato que pertencia à esposa do coordenador do Bolsa Família no município de Antônio João, em Mato Grosso do Sul, foi incluído na lista de beneficiários do programa. Eurico Siqueira da Rosa, de 32 anos, foi exonerado do cargo e está sendo investigado em um inquérito no Ministério Público Estadual.

O ex-coordenador diz que está arrependido e que pretende devolver o valor que recebeu, segundo ele, no período de março a setembro de 2008.

“Estava passando por necessidades financeiras. Então, se colocasse o nome lá, R$ 20 (valor pago por mês) a mais me ajudaria. Meu salário era baixo. (...) Foi um momento de fraqueza. Jamais deveria ter feito isso, mas infelizmente não sei explicar pra ninguém o motivo de ter feito isso”, disse.

Ele diz que ganhava R$ 500 por mês como coordenador do Bolsa Família na cidade e que o gato, chamado Billy, morreu. Para fazer o cadastramento no programa, Rosa diz ter colocado no cadastro o sobrenome da mulher, que, segundo ele, não sabia da fraude.

Agente de saúde procurou 'Billy'
O caso foi descoberto em novembro, quando a esposa do coordenador foi procurada por agentes de saúde que fazem o acompanhamento das crianças inscritas no programa por meio de pesagens e da verificação dos cartões de vacinação.

“Por coincidência, antigamente ela tinha um gato que tinha esse nome. Ela foi abordada pelo agente de saúde e ele falou que tinha que levar (para acompanhamento) a pessoa de nome Billy. Aí ela falou: ‘eu não tenho ninguém na família com esse nome. Billy, que eu saiba, era um gato que eu tinha’”, conta.

O agente de saúde encaminhou a denúncia à prefeitura, que abriu um processo administrativo para apurar o caso e cancelou o pagamento do benefício a Billy.

Exonerado do cargo em dezembro, Eurico diz que já arranjou outro emprego.

“Já tenho propostas. Vou ser assessor parlamentar de um vereador”, conta. Segundo ele, o salário será “um pouquinho” maior do que o anterior, mas a jornada de trabalho, bem menor. “Trabalhava oito horas e lá vou trabalhar quatro.”

'Coisa inusitada'
O procurador-geral de Justiça do estado em exercício, Antonio Siufi Neto, diz que, após a conclusão do inquérito, o MP poderá entrar com uma ação civil pública para pedir o ressarcimento do dano causado aos cofres do município e a responsabilização penal do ex-coordenador.

“Nunca tivemos um caso parecido. O que a gente vê na mídia é relativa a parentes, pessoas que não precisam, agora, bicho é uma coisa inusitada. A gente lamenta o acontecido e aguarda a responsabilização dessas pessoas envolvidas. Se tiver mais alguém envolvido, terá que prestar contas”, disse o procurador.

A Secretaria de Trabalho e Assistência Social de Mato Grosso do Sul informou que as 892 famílias beneficiadas no município continuam a receber o Bolsa Família, mas que haverá um recadastramento para apurar se há outros casos.

Segundo a secretária de Trabalho, Tânia Mara Garib, quando foi descoberto, o coordenador tentou, mas não conseguiu, alterar o nome de Billy no cadastro para "Brendo", nome que remeteria a "Breno", um suposto filho de Eurico Rosa.

"Você não consegue mudar o Número de Identificação Social", afirmou a secretária. Eurico Siqueira Rosa disse ao G1 que não tem filhos.

Fonte: Goiasnet


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