31/01/2009
Sob críticas, novo sálario mínimo começa a valer amanhã
A partir de amanhã, o mínimo passa a ser de R$ 465. Trabalhadores consideram a alta pequena e empresários dizem que mudança é pesada

O novo salário mínimo, de R$ 465,00, que começa a valer amanhã, não agradou aos trabalhadores, que consideram o valor irrisório, nem os empresários. Enquanto os trabalhadores reclamam que a diferença de R$ 50,00 não vai suprir os aumentos generalizados de preços que estão ocorrendo neste início de ano, os empregadores alegam que isso vai representar uma elevação dos custos operacionais, no momento em que a economia está em crise.

Por isso, os empresários não descartam novas demissões de empregados, embora o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, acredite que esse reajuste vai causar um grande efeito na economia porque é um fator de aquecimento para o mercado consumidor.

A Associação Goiana dos Municípios (AGM), através do assessor jurídico Sérgio Siqueira, manifesta preocupação com o novo aumento do salário mínimo, justamente quando os novos prefeitos, que assumiram os cargos há um mês, enfrentam dificuldades financeiras e registram queda de arrecadação de tributos. “Não temos como aumentar a receita e as despesas vão crescer”, prevê.

O diretor do Sindicato das Indústrias de Alimentação, Sandro Marques, afirma que esse aumento do salário mínimo veio num momento inoportuno. Lembra que a economia mundial está em crise, as empresas estão demitindo, e muitas outras estão em processo de negociação com seus empregados para reduzir carga horária de trabalho e até salário.

Embora a maioria dos trabalhadores do comércio tenha salário superior ao mínimo, o presidente da Federação do Comércio do Estado de Goiás (Fecomércio), José Evaristo dos Santos também diz estar preocupado com o reajuste real de 6,39%. “Muitas empresas têm o salário baseado no mínimo. Isso vai pesar muito na folha de pagamento delas justamente no período em que o setor enfrenta redução de vendas”, reclama.

Sem efeito
A doméstica Tarcília Maria disse que esse aumento de R$ 50,00 no valor do salário mínimo, que passa de R$ 415,00 para R$ 465,00, a partir de amanhã, já chegará defasado para os trabalhadores. Ela observa que antes do dinheiro chegar no bolso do trabalhador os preços já subiram muito mais nas lojas.

O militar José Carlos Magalhães tem a mesma opinião de Tarcília. Ele acredita que o reajuste do salário mínimo vai provocar aumentos de preços, como sempre ocorre anualmente, criando mais um descompasso entre renda e poder de compra. Segundo ele, o salário é insignificante para quem recebe.

A técnica em radiologia Sirlene Batista Gomes também não se animou com o valor do novo salário mínimo. “Há muito tempo estou cortando gastos para dar conta de comprar os produtos essenciais, porque por mais que o salário aumente o custo de vida sobe ainda mais”, compara

Defasagem
O presidente do Sindicato dos Comerciários, Eurípedes Rafael Maia, lembra que, ao conceder o aumento real de 6,39% do salário mínimo, o governo está apenas repondo perdas salariais dos trabalhadores.

Já o presidente da Federação dos Trabalhadores na Indústria no Estado de Goiás e Tocantins, Luiz Lopes, não vê motivos para as empresas ameaçarem fazer demissões por causa do aumento do mínimo. “Foi uma alta insignificante. As empresas que não conseguirem absorver isso precisam se reciclar, serem melhor administradas”, diz.

Já o representante da Associação dos Aposentados e Pensionistas de Goiânia, Ronaldo Gomes, diz que o aumento do salário mínimo não cria nenhuma expectativa entre os aposentados. De acordo com ele, o novo valor é irrisório e não vai dar para cobrir nem a alta dos alimentos ocorrida nos últimos meses.

Fonte: Jornal o Popular


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